A retomada do nacionalismo andaluz e as eleições europeias de 2024

Rafaela de Souza Gambogi

Resumo

O presente artigo busca traçar um panorama a respeito de como o nacionalismo andaluz, presente no território espanhol, está operando na preparação para as eleições europeias de 2024 e os possíveis impactos disso. Primeiramente, será colocado um panorama a respeito dos nacionalismos presentes dentro do Estado espanhol e, posteriormente, um breve histórico do nacionalismo andaluz. Em seguida, será apresentado um quadro geral de como esse movimento nacionalista está se articulando nesse contexto; e, por fim, será apresentada uma discussão em relação a seu real impacto dentro da Espanha e no cenário das eleições para o Parlamento Europeu. 

Um panorama dos nacionalismos dentro do território espanhol

A história dos povos que ocupam o território que corresponde à atual Espanha favoreceu o surgimento e o estabelecimento de uma variedade de nacionalismos. Tais movimentos construíram uma relação muitas vezes de antagonismo com o Estado espanhol, entrando em conflito com ele em diferentes contextos (Romão, 2013).

Os dois movimentos nacionalistas com mais força no país são o catalão e o basco, cujas atuações abrangem tanto uma esfera democrática quanto uma esfera de violência, como ocorreu com a criação do ETA (Euskadi Ta Askatasuna – País Basco e Liberdade), grupo de militantes separatistas bascos que utilizava muito da violência em seus protestos. Tais movimentos ganharam força especialmente no fim do século XIX e existem até a atualidade (Romão, 2013).

Histórico do nacionalismo andaluz

A Andaluzia é uma Comunidade Autônoma [i] do território espanhol localizada ao sul do país, conectando Europa e África e sendo banhada tanto pelo Mar Mediterrâneo quanto pelo Oceano Atlântico. Ela é a segunda maior Comunidade Autônoma do país (Andalucía, 2019a) e, historicamente, teve forte influência do Império Árabe, pelo qual foi dominada por oito séculos e, com o fim da Guerra de Reconquista, foi anexada aos Reinos Cristãos dos Reis Católicos (Andalucía, 2019b).

Existem duas teorias distintas que dissertam a respeito do nascimento do nacionalismo andaluz. A primeira, com pouco embasamento material concreto, diz que esse “sentimento” denominado andalucismo, compartilhado entre todos os povos andaluzes, surgiu entre os séculos XIII e XIX, com a aparição, apenas no século XIX, de um movimento político em volta desse “sentimento”. Já a segunda, defende que esse nacionalismo emerge, somente, no fim do século XIX, devido a fatores chamados de histórico-ficcionais (que consistiam na construção e divulgação de uma narrativa de história comum e de caráter lendário à toda a Andaluzia) e econômico-políticos (início dos movimentos regionalistas andaluzes) (Andrada, 2020).

A partir disso, segundo Cortés Peña (1994 apud Andrada, 2020), o andalucismo é constituído de quatro fases: a primeira, entre 1868 e 1883, fortemente marcada pelas narrativas do folclore andaluz; a segunda, de 1883 a 1910, impactada pelo pensamento republicano e federalista; a terceira fase, de extrema importância para o nacionalismo andaluz, que ocorreu em torno de entre 1919 e 1936, que foi moldada pelo pensamento de Blas Infante e marcou o início de um movimento político concreto a respeito do tema; e a quarta fase, que começou com as reivindicações feitas no dia 4 de dezembro de 1977 (Andrada, 2020), que reclamavam mais autonomia para a região (¿Qué […], 2022), e seguiu com o referendo realizado em 28 de fevereiro de 1980, que concedeu à Andaluzia o status de Comunidade Autônoma (Gutierrez, 2024), sendo essa fase finalizada em 2006, com a promulgação do Estatuto de Autonomia (Andrada, 2020). Tais acontecimentos históricos foram responsáveis por gerar um regionalismo distinto dos outros movimentos dessa natureza na Espanha, uma vez que tem como importantes características o krausismo [ii], o fato de não ser separatista e ter mais aspectos sentimentais de pertencimento do que, de fato, uma base política (Andrada, 2020).

Como mencionado anteriormente, a terceira fase da história do nacionalismo andaluz é essencial para sua compreensão de forma profunda. Tal fase está embasada no pensamento de Blas Infante (Andrada, 2020). Ele nasceu em Málaga no ano de 1885 e foi um importante pensador e defensor do andalucismo, tendo escrito a importante obra “Ideal Andaluz”; anos mais tarde, engajou na luta política pela conquista da autonomia da região e pela divulgação da cultura andaluza. O início da Guerra Civil Espanhola, em 1936, impediu que fosse realizado o referendo responsável pela discussão a respeito da aprovação do Estatuto de Autonomia andaluz (Museo de la Autonomía de Andalucía, [200-]), sendo Blas Infante assassinado por nacionalistas no contexto da guerra (Andalucía, [200?], de modo que, em 1940, o governo franquista justificou sua morte alegando os anseios de Infante para a formação de um partido político andalucista (Museo de la Autonomía de Andalucía, [200-]). Seu pensamento divide-se em quatro fases: a primeira, marcada pelo federalismo republicano, por um foco na cultura ao invés de na política e pela sobreposição do regionalismo ao nacionalismo; já na segunda etapa há uma aproximação do nacionalismo, mesmo sem descartar a existência de um Estado-nação; a terceira é caracterizada por uma proximidade ainda maior de ideias nacionalistas; e a quarta fase é de afastamento do nacionalismo e identificada, novamente, pelo retorno ao regionalismo e ao federalismo, com respeito ao Estado espanhol. Considerando a obra geral do autor, ele propagava um pensamento distanciado do nacionalismo e muito mais focado no regionalismo, no não separatismo e no federalismo. Como consequência da existência de certas ambiguidades em seu conjunto de ideias, a ideologia andalucista de Blas Infante não conseguiu se concretizar politicamente de maneira bem-sucedida, especialmente considerando como outros movimentos nacionalistas espanhóis avançaram (Andrada, 2020).

Entretanto, é inegável a influência de Infante no andalucismo do presente, sendo esse pensador muito valorizado pelas entidades políticas andaluzas. Atualmente, o nacionalismo andaluz é caracterizado pela ideia de uma Andaluzia que é lugar de referência histórica, de diversas civilizações, e pela ausência de defesa de separatismo (Andrada, 2020), que ocorre devido ao distanciamento das pessoas em relação a partidos andaluzes que defendem uma separação da Espanha, e pela forma através da qual o povo andaluz manifesta sua identidade (Collado, 2017 apud Andrada, 2020).

O movimento nacionalista andaluz no contexto das eleições europeias de 2024

O movimento nacionalista andaluz, sem manifestações políticas relevantes desde o fechamento do Partido Andalucista [iii] (Rodríguez, 2024), que ocorreu em 2015 – em função da falta de recursos financeiros e a pouca relevância do partido no Parlamento Espanhol, onde não possuía nenhuma representação desde 2008 (Gómez, 2015) – , diante de concessões dadas a catalães e bascos (regiões espanholas com fortes movimentos nacionalistas), recuperou forças e voltou a manifestar-se de forma mais contundente e concreta perante às preparações para o Parlamento Europeu [iv] nas eleições de junho de 2024. Nesse sentido, a ideia de uma parcela dos nacionalistas andaluzes é criar uma candidatura unida que represente seus interesses em um foro internacional como o Parlamento Europeu, especialmente devido à baixa atenção dada às demandas da Andaluzia diante dos nacionalismos catalão e basco, muito expressivos dentro do Estado espanhol (Rodríguez, 2024). 

Dessa forma, um grupo de cidadãos andaluzes registrou, em abril de 2014, na Junta Eleitoral Central, a coalizão “Ahora Andalucía”, para disputar nas eleições europeias (Iniciativa […], 2024). Vale ressaltar que o principal partido andaluz, “Adelante Andalucía”, desistiu de participar de tais eleições. Mesmo que o “Ahora Andalucía” tenha surgido nesse contexto específico, com foco nas votações para o Parlamento Europeu, é um projeto para o qual seus idealizadores pensam um futuro, ou seja, que ele tenha longa duração e objetivos mais ambiciosos, inclusive, abarcando uma agenda considerada progressista (Bocanegra, 2024). Além disso, mesmo com o recuo do partido “Adelante Andalucía”, é importante pontuar que a coalizão “novata” “Ahora Andalucía” já está se articulando em busca de cooperação por parte do partido, que é “mais experiente” (Coalición […], 2024).

As demandas publicadas pela coalizão em seu “Manifesto Andaluz”, são amplas e não muito claras no documento. Os principais pontos colocados são a importância da consolidação de um dito “Poder Andaluz” e de a coalizão e a candidatura nas eleições europeias serem um canal através do qual a Comunidade Autônoma (que não se sente suficientemente ouvida dentro do território do qual faz parte) vai se fazer ser mais atendida. O grupo político traz as problemáticas do subdesenvolvimento, marginalização e desemprego vivenciados pela região. Além disso, ele aponta como outros nacionalismos têm suas demandas ouvidas, como é o caso do basco e do catalão. Além disso, a justificativa de apresentar essa candidatura em um espaço como o Parlamento Europeu está relacionada com o poder que a “Ahora Andalucía” atribui ao parlamento no que tange a decisões, principalmente, de cunho econômico. Nesse mesmo documento, chama a atenção o fato de que há a referência à candidatura da coalizão para o Parlamento Europeu como “[…] uma candidatura de País […]” (Ahora Andalucía, 2024, p.1).

É importante apontar que o próprio governo andaluz reconhece os benefícios que a participação da Espanha na União Europeia trouxe à Comunidade Autônoma, como o crescimento da economia andaluza. Além disso, o governo andaluz participa de maneira direta no bloco, inclusive no Comitê das Regiões, espaço destinado a ouvir as demandas e pareceres das unidades administrativas de cada Estado-membro da UE (Andalucía, 2024).

Considerações finais

O Estado Espanhol, há muito tempo, lida com intensos movimentos nacionalistas em seu território, como os movimentos catalão e o basco. Como mencionado anteriormente, o andalucismo se diferencia, principalmente, dos outros nacionalismos espanhóis na medida em que, no geral, não advoga pelo separatismo da Comunidade Autônoma do Estado Espanhol, e não utiliza de meios violentos para demonstrar sua insatisfação em relação ao poder central.

O nacionalismo andaluz, embora já esteja sendo cultivado desde, pelo menos, quase um século e meio, ainda não tem a mesma força que os movimentos citados anteriormente. O fato de ser um nacionalismo muito mais ancorado em, verdadeiramente, um sentimento de pertencimento a uma coletividade, do que a bases e estratégias políticas (como ocorre com os nacionalismos basco e catalão), fez com que muitos andaluzes não sentissem que suas pautas e demandas estivessem sendo, de fato, ouvidas e atendidas.

Nesse sentido, é interessante observar como esse cenário promoveu a retomada desse nacionalismo a uma estrutura de organização política concreta, de modo a levá-lo a procurar um ambiente, fora do Estado Espanhol (o Parlamento Europeu), onde pudesse expor suas necessidades. Esse movimento demonstra como o nacionalismo pode ser usado como ferramenta para uma comunidade que se sente sub-representada e não atendida o suficiente para buscar ser ouvida, especialmente em um órgão que já abre espaço para que as unidades subnacionais expressem suas demandas, como é o caso da UE.

No entanto, por mais que um movimento dessa natureza possa, a princípio, ser apenas um mecanismo de porta-voz de um povo, é preciso estar atento em, com o passar do tempo, como esse tipo de nacionalismo pode ganhar traços mais radicais. Isso pode fazer com que o governo espanhol tenha mais um desafio a enfrentar no que tange os movimentos nacionalistas mais fervorosos com os quais ele historicamente já tem lidado.

Referências

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ANDALUCÍA. Situación Geográfica. Andalucía, 2019a. Disponível em: https://www.andalucia.org/es/conoce-andalucia/situacion-geografica. Acesso em: 16 maio 2024.

ANDRADA, Francisco de Sales Sánchez. Crítica al nacionalismo andaluz: origen, fundamento y proyección en el  presente. La figura de Blas Infante. In: TORO, Julián Córdoba; ZAMBRANO, Pablo González (coord.). Pensando Andalucía: Una visión transdisciplinar II. Albacete: UNO editorial, 2020. p. 681-697. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=8297646. Acesso em 02 maio 2024.

BOCANEGRA, Raúl. El andalucismo presenta una candidatura en las europeas: “La situación exige que vayamos al combate”, Ahora Andalucía será la papeleta andalucista tras la renuncia de Adelante en las próximas elecciones europeas. Público: Sevilha, 22 abr. 2024, Política. Disponível em: https://www.publico.es/politica/andalucismo-presenta-candidatura-europeas-situacion-exige-vayamos-combate.html. Acesso em: 01 maio 2024.

COALICIÓN andalucista para las europeas pide una reunión con Adelante para “explorar fórmulas de colaboración activa”. Europa Press, Sevilha, 29 abr. 2024, Andalucía. Disponível em: https://www.europapress.es/andalucia/noticia-coalicion-andalucista-europeas-pide-reunion-adelante-explorar-formulas-colaboracion-activa-20240429143446.html. Acesso em: 01 maio 2024.

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Notas

[i] O termo “Comunidade Autônoma” refere-se a uma unidade administrativa do Estado Espanhol (Espanha, 2024).

[ii] O krausismo, doutrina filosófico-política de cunho liberal pensada por Krause, traz a ideia da criação de um estado responsável por gerir diversos “estados-povos”, de onde vem a noção de se criar uma “Europa das Regiões”. Essa corrente de pensamento inspira o nacionalismo denominado “solidário” ou “humano” defendido por Blas Infante (Andrada, 2020).

[iii] Partido fundado na Espanha nos anos 1960, que retomou a ideologia andalucista de Blas Infante e tinha como objetivo buscar o desenvolvimento andaluz (Martínez, 2015).

[iv] O Parlamento Europeu é o espaço de debate político e criação de leis no âmbito da União Europeia (UE). Seus representantes são candidatos advindos dos países-membros da UE e a população desses países compõe o eleitorado das votações para o parlamento do bloco (Parlamento Europeu, [200-?]).

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